segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A triteza

Deve chamar-se tristeza
Isto que não sei que seja
Que me inquieta sem surpresa
Saudade que não deseja.
...
Sim, tristeza – mas aquela
Que nasce de conhecer
Que ao longe está uma estrela
E ao perto está não a Ter.
Seja o que for, é o que tenho.
Tudo mais é tudo só.
E eu deixo ir o pó que apanho
De entre as mãos ricas de pó.
Fernando Pessoa

Deve chamar-se tristeza  
Isto que não sei que seja  
Que me inquieta sem surpresa  
Saudade que não deseja.

Sim, tristeza – mas aquela

Que nasce de conhecer

Que ao longe está uma estrela

E ao perto está não a Ter. 

Seja o que for, é o que tenho.  
Tudo mais é tudo só.  
E eu deixo ir o pó que apanho  
De entre as mãos ricas de pó.

Fernando Pessoa

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