terça-feira, 15 de julho de 2014

O MEU OLHAR AZUL COMO O CÉU

[XXIII - O MEU OLHAR AZUL COMO O CÉU

O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,...
Porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo...
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)

In O Guardador de Rebanhos
Alberto Caeiro

[XXIII - O MEU OLHAR AZUL COMO O CÉU

 O meu olhar azul como o céu 
É calmo como a água ao sol. 
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar mais belo... 
(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo, 
Eu sentiria menos flores no prado 
E achava mais feio o sol ...
Porque tudo é como é e assim é que é, 
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso...)

 In O Guardador de Rebanhos
Alberto Caeiro
 

In Poesia , Assírio & Alvim, ed. Fernando Cabral Martins, Richard Zenith, 2001

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